A Apatheia Estoica

O conceito de apatheia (ἀπάθεια, em Grego) está diretamente relacionado aos filósofos estoicos. Pode ser entendido como uma condição de "ausência de preocupações", "impassividade", "tranquilidade de ânimo". Não deve ser confundida com o termo moderno "apatia", caracterizada pela perda de interesse e retardo psicomotor em casos de depressão, principalmente. A apatheia é, para os estoicos, a qualidade que define o sábio.

Mesmo tendo passado por diversas alterações de significado de acordo com a época e aos pensadores que utilizaram o conceito, como regra geral entende-se que as pessoas deveriam, para atingir a felicidade, dominar e extinguir emoções negativas como raiva, medo, inveja e ódio. Em outros momentos, porém, a ideia era a extinção completa de qualquer emoção decorrente de nossas impressões.

A apatheia, em verdade, decorria da diferenciação praticada pelos estoicos dos "fatos" e de suas interpretações, ou percepções.

Uma frase bastante conhecida do imperador romano Marco Aurélio (121 a 180 D.C.), um dos grandes nomes do estoicismo, é:

Marco Aurelio jovem -
Museus Capitolinos

"se você está sofrendo com as coisas externas, não são elas que o perturbam, mas o seu próprio julgamento sobre elas. E está em seu poder eliminar esse julgamento agora".

De muitas formas diferentes, esse conceito tem ganhado adeptos em nossos dias. Muitas pessoas parecem ter chegado à conclusão de que a vida guiada por emoções e sentimentalismos extremos parece ser bem complicada e desgastante, e que uma certa capacidade de nos tornarmos menos influenciáveis "mentalmente" pelos acontecimentos cotidianos parece ser saudável. Nossos avós talvez dissessem que precisamos ser "casca grossa".

Seja como o promontório contra o qual as ondas quebram continuamente, mas se mantém firme e doma a fúria da água ao seu redor.

— Marco Aurélio